Com a ideia de trazer para mais perto do público a discussão sobre diversidade de gênero, e com isso ressaltar a pluralidade de vivências, a Serpyente Coletiva convidou seis artistas transvestigêneres para uma sessão de fotos. A imagens foram captadas pelo próprio grupo em uma série de fotoperformances a partir das experiências dos corpos de pessoas trans com a tecnologia.
O resultado das sessões fotográficas integra o projeto “Filhas do Apocalipse“, que consiste no lançamento de um fotolivro e uma exposição, que será lançada neste sábado (22), das 18h às 21h, na Periferia Preta Espaço de Artes Pretas e TLGBQIAPN+. Na mesma data, ocorrerá uma instalação de lambe-lambes pela cidade de São Paulo.
No projeto “Filhas do Apocalipse”, contemplado pelo Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais (VAI) 2022 da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, seis artistas trans – Amangelo Prateado, Canafístula, Gabs Ambròzia, Rafa Silva, Rato Distópico e Sambla Universo – foram fotografados em diferentes locais de São Paulo.
A comunidade de Heliópolis, um depósito de areia, a represa de Guarapiranga, o parque Villa Lobos, o Centro Cultural São Paulo e um ferro velho foram os cenários escolhidos para a criação das fotoperformances. Cada artista foi clicada em um local diferente pelos integrantes da Serpyente Coletiva.
As imagens resultantes das fotoperformances serão disponibilizadas em um fotolivro com 27 fotografias, que será distribuído em bibliotecas e centros culturais da cidade de São Paulo. Seis imagens, uma de cada artista, será transformada em um lambe-lambe, que será afixado em pontos de áreas descentralizadas da capital paulista.
Atualmente integram a Serpyente Coletiva as artistas GIVVA, Quebrantxy, Rádio Cão e sirius. O grupo surgiu 2020 e investiga, a partir da performatividade, questões que atravessam as vivências de corpos ditos dissidentes, como marginalidade, ancestralidade e desobediência de gênero, entre outras.
Ações urbanas
Com a fricção entre tecnologia e humanidade, o projeto “Filhas do Apocalipse” tem como ponto de partida o livro “Antropologia do Ciborgue – as vertigens do pós-humano“, de Donna Haraway e Hari Kunzru (organização e tradução Tomaz Tadeu). As seis artistas escolhidas para serem fotografadas passaram por uma residência artística com debates, oficinas e apresentações com a finalidade de aproximar diferentes performers e suas diversas potências artísticas.
Para Quebrantxy, o projeto tem entre seus principais objetivos criar novos espaços para corpos dissidentes com ações urbanas que impactem visualmente e esteticamente a cidade. “Precisamos que esses corpos, que trazem experiências de vida e também beleza sejam ressignificados e que possam ser vistos em lugares acessíveis”, pontua ela.
Rafa Silva, uma das performers fotografadas, explica que o projeto trouxe a possibilidade de entendimento do corpo como criação. “O meu corpo pode ser imagético e instrumento da arte”, afirma o artista. Já Sambla Universo conta: “o hibridismo de tecnologia e humanidade, assim como nos corpos trans, foi a combustão para criar as imagens fotografadas”.
Junte-se à nossa comunidade
Mais de 20 milhões de homens gays e bissexuais no mundo inteiro usam o aplicativo SCRUFF para fazer amizades e marcar encontros. Saiba quais são melhores festas, festivais, eventos e paradas LGBTQIA+ na aba “Explorar” do app. Seja um embaixador do SCRUFF Venture e ajude com dicas os visitantes da sua cidade. E sim, desfrute de mais de 30 recursos extras com o SCRUFF Pro. Faça download gratuito do SCRUFF aqui.