A sétima edição do “No Divã com a Silvetty” traz um dos nomes mais destacados da cena LGBTQIA+: o DJ e produtor Rafael Barreto. Com uma trajetória sólida de 15 anos, ele compartilha suas experiências, desde os primeiros passos influenciados pela música em família até conquistar seu espaço nos grandes palcos internacionais. Durante o papo, Rafael revela o frio na barriga ao receber o convite para tocar pela primeira vez no Warm Up Sessions, evento inédito do Hell & Heaven, e fala sobre o remix oficial que produziu para Oxa, finalista do The Voice Germany.
Além disso, ele relembra momentos inusitados da carreira, conta suas maiores inspirações – como o lendário DJ Peter Rauhofer – e aborda com leveza e bom humor temas como o assédio durante apresentações e o papel da música na vida das pessoas.
Apresentado com carisma inigualável por Silvetty Montilla, o talk show é uma extensão dinâmica do H&H Festival e conta com o apoio da Blue Space, reunindo grandes nomes da cena LGBTQIA+, como DJs, empresários, produtores e parceiros do evento.
Assista ao episódio na íntegra:
NO DIVÃ COM A SILVETTY (Entrevista #7 – DJ Rafael Barreto)
Silvetty Montilla: Olá, bom dia, boa tarde, boa noite. Estamos começando mais um “No Divã com a Silvetty Montilla“, eu mesma. E hoje nós estamos recebendo aqui um DJ da cena LGBTQIAPN+, que tem uma experiência já de 15 anos. É DJ, com mais de 1 milhão de…
DJ Rafael Barreto: Plays combinados nas plataformas digitais. Você sabe o que significa isso?
Silvetty Montilla: Eu sei, mas muita gente que está em casa pode não saber. Então, eu quero que você explique.
DJ Rafael Barreto: Bom, SoundCloud, Apple, iTunes, tudo isso é contabilizado. Essas são as plataformas, e nós, DJs, temos contas nelas. E, graças a Deus, nesses 15 anos, já somei um pouco mais de 1 milhão nessas plataformas.
Silvetty Montilla: E ele também foi convidado para fazer um remix da cantora…
DJ Rafael Barreto: Oxa
Silvetty Montilla: Oxa, que também foi finalista…
DJ Rafael Barreto: Foi finalista do The Voice da Alemanha
Silvetty Montilla: Ai, gente, eu sou uma pessoa viajada também. Então, eu quero dizer bem-vindo aqui ao Rafael Barreto.
DJ Rafael Barreto: Prazer estar aqui com você, ícone. Vinha muito na Blue Space para ver você há muito tempo. E continua aí, plena, incrível.
Silvetty Montilla: Belíssima, uma mulher maravilhosa. Então, agora, Rafael, eu quero que você conte para nós aqui, para as pessoas que estão nos vendo. São 15 anos de trajetória. Como foi? Como tudo começou? Você, fora DJ, também é instrumentista. Algum DJ que foi inspiração para você? Quem te inspirou? Conta para nós!
DJ Rafael Barreto: Quando eu tinha 5, 6 ou 7 anos, a minha grande influência foi meu pai.
Silvetty Montilla: Ele tocava?
DJ Rafael Barreto: Não, meu pai não tocava. Meu pai sempre ouvia rock, pop rock. Tinha música na família, era o tempo inteiro. Acordava ouvindo música. E, para mim, isso foi muito importante, porque eu admirava os integrantes das bandas nos palcos e queria sentir aquilo um dia. Então, resumindo, meu pai foi minha grande inspiração. Mas, óbvio, tem muitos DJs que me inspiram hoje. O Peter Rauhofer, um americano que infelizmente faleceu, tocou na Hell in Heaven, e para mim foi um marco, porque eu fui na minha primeira Hell in Heaven e vi e ouvi o Peter tocando com aquele pôr do sol. Aquilo ali, olha, me arrepia de verdade.
Silvetty Montilla: Onde foi a sua primeira [H&H]? Porque teve em vários lugares, né?
DJ Rafael Barreto: Foi a que teve em Sauípe. Eu lembro que tinha o premium e tinha o parque. Essa edição, para mim, foi incrível, porque era um DJ que me inspirava e me inspira até hoje. E dentro de tantos outros que vão tocar, vários brasileiros que vão tocar na Hell in Heaven e que já passaram pelo selo, felizmente estarei lá com todos eles.
Silvetty Montilla: E como vai ser para você? Porque assim, acho que dá um friozinho na barriga, né? Vai ser o primeiro ano que você toca, né? Os outros anos que você foi era para participar como público.
DJ Rafael Barreto: Isso! É um friozinho na barriga que eu nunca quero perder. Porque, para mim, a partir do momento que eu perco esse frio, eu perco a graça.
Silvetty Montilla: O Miguel Falabella falava que quando não sentia esse friozinho é porque você não é…
DJ Rafael Barreto: Exatamente! Quando eu recebi a ligação este ano para participar da minha primeira edição, foi um friozão na barriga. E eu lembro que chorei de felicidade na hora, porque eu toco há 15 anos e eu sempre falo para quem está começando agora: ‘Espera o seu tempo, o seu tempo vai chegar‘.
Silvetty Montilla: O tempo é a melhor coisa, e tudo chega na hora certa, no momento certo.
DJ Rafael Barreto: Exatamente. E eu estou muito feliz. Estou muito feliz, e isso é o que importa.
Silvetty Montilla: Casado, solteiro?
DJ Rafael Barreto: Casado, 16 anos.
Silvetty Montilla: Qual o nome dela?
DJ Rafael Barreto: Dele, Flávio.
Silvetty Montilla: Ai, gente, o menino, entendeu? Flávio? Isso, daqui de São Paulo? Conheceu em alguma balada?
DJ Rafael Barreto: Conheci ele numa balada há 16 anos.
Silvetty Montilla: Aqui em São Paulo?
DJ Rafael Barreto: Aqui em São Paulo. E depois nós nos encontramos novamente no desfile do Rogério Figueiredo.
Silvetty Montilla: Rogério Figueiredo, gente! Quanto tempo eu não eu não ouço falar do Rogério! [Ele] fazia a festa…
DJ Rafael Barreto: A White Party.
Silvetty Montilla: White Party. Eu fiz a primeira, segunda… eu fiz algumas.
DJ Rafael Barreto: Que legal!
Silvetty Montilla: Olha, gente, coisa fina, coisa chique. A gente aqui também “No Divã com Silvetty” relembrando o passado. Rafael, queria que você falasse aqui para nós como é o primeiro ano que você vai tocar no HH, quais as novidades que vêm por aí?
DJ Rafael Barreto: A novidade é que eu vou tocar no Warm Up Sessions. Vai ser a primeira vez da história da Hell in Heaven que esse evento vai acontecer.
Silvetty Montilla: Não que eu não sei o que quer dizer, é que…
DJ Rafael Barreto: Sabe o que é o warm up?
Silvetty Montilla: Eu sou uma pessoa bilíngue, mas eu queria que você explicasse para o nosso público, certo?
DJ Rafael Barreto: Bom, eu sou DJ há 15 anos, produtor e instrumentista. Então, eu toco teclado – aprendi a tocar teclado quando eu tinha dez anos; Toco sintetizador, que isso emula outros sons. E eu recebi essa notícia para tocar numa Hell in Heaven e nesse Warm Up Sessions, que é uma vertente nova, entre aspas. A gente está trazendo dentro do house o afro house, que é um tribal mais classudo, mais fino, mais gostoso. Tcha tcha tcha. Você pega a sua cerveja, pega a sua bebida, o seu drink especial, brinda com os amigos. Aquilo ali, aquilo envolve. Então esse é o tipo de som que eu quero apresentar este ano no Warm Up Sessions, porque o “warm up”, que já quer dizer “bem-vindo, welcome”! Então, esse é o tipo de som que eu vou fazer este ano na Hell in Heaven para poder abrir.
Silvetty Montilla: Será o primeiro de muitos.
DJ Rafael Barreto: Exatamente, se Deus quiser.
Silvetty Montilla: A gente tem que jogar para o universo, para ele conspirar a favor da gente, né? Queria que você falasse um pouquinho sobre você ter uma inclusão. Explica tudo isso para nós, para a gente estar a par.
DJ Rafael Barreto: Bom, a música sempre esteve presente na minha vida, desde que eu me entendo por gente. Não só na minha vida, mas na vida da minha família, que o meu pai foi o grande influenciador de tudo. Eu sempre falo que a música é como uma psicóloga, igual a nós. O que nós somos na noite? Nós somos os garçons da música. Então, esse é o papel e o fundamento da música. A gente vai distribuir emoções, mexer com seu psicológico. Isso tudo através da música.
Silvetty Montilla: Eu perguntei para vários DJs que já tiveram aqui no meu divã sobre o assédio. Como é isso para você? Eu sei que você é casado, mas como é o assédio para você que é DJ, que está ali no palco tocando seu som? Sempre tem aquele que quer dar uma entradinha. Como é isso pra você?
DJ Rafael Barreto: É engraçado, porque eu lembro que tive uma data numa festa, numa boate em Brasília, e isso faz muito tempo, tá? Faz uns dez anos, dez, doze anos. E eu lembro que eu estava tocando e recebi uma bolinha amassada no ombro. E deixei aquilo ali.
Silvetty Montilla: Mas a curiosidade…
DJ Rafael Barreto: A curiosidade foi… Estava tocando, quando a luz apagou, baixei e já abri. Era um recado de uma pessoa que estava lá curtindo meu som, um cliente da balada, que na carta fala que estava no mesmo hotel que eu estava e que iria me esperar para bater uma foto, para bater um papo comigo.
Silvetty Montilla: Só que essa foto, gente, nunca fica só na foto, né? Não vou entrar em detalhes.
DJ Rafael Barreto: Ele vai assistir.
Silvetty Montilla: Ah, então tá. Olha, ele lembra até da pessoa.
DJ Rafael Barreto: Lógico que lembro.
Silvetty Montilla: E é isso, gente. Acontece, né? Apagou a luz? Você está ali. Dá uma grudada. Agora nós vamos para o bloco “Voltando no Tempo”. A gente vai ver no telão uma foto tua e eu vou te fazer uma pergunta. Rafael, quantos anos você tinha aí?
DJ Rafael Barreto: Uau! Uns cinco anos.
Silvetty Montilla: Rafael Barreto, qual mensagem você deixaria para o Barretinho?
DJ Rafael Barreto: O que eu falaria para mim mesmo? Barretinho, tudo tem o seu tempo. A sua hora vai chegar. Tudo depende do seu esforço, da sua capacidade. Sem pressa, tudo chega. Se ainda não deu certo, é porque não chegou ao fim. E o dia vai chegar. E chegou. Estou aqui.
Silvetty Montilla: Por isso que eu digo: ‘Nada importa se a neca não for torta’.
DJ Rafael Barreto: Essa eu não conhecia.
Silvetty Montilla: Ih, minha mãe, eu vou acabar com o programa, né? Rafael, nós vamos para o segredo do divã. Alguma coisa inusitada que aconteceu quando você começou, no meio, no seu percurso, uma coisa que você nunca contou para ninguém e vai contar aqui só pra mim, no meu divã.
DJ Rafael Barreto: Vamos lá. Eu fui jogador de futebol.
Silvetty Montilla: Olha lá!
DJ Rafael Barreto: Eu não cheguei até o profissional porque parei no juvenil para estudar. Nos meus 16, 17 anos eu tinha uma atração absurda pelo meu treinador.
Silvetty Montilla: Olha lá, gente, nossos momentos de bastidores. A gente vai chegar até o vestiário.
DJ Rafael Barreto: Só que eu tinha 16, 17 anos e o meu treinador tinha uns 50 e poucos. E eu era louco, louco, louco por ele. Mas será que ele vai ver isso?
Silvetty Montilla: Nunca aconteceu nada?
DJ Rafael Barreto: Nada, não. Só olhares.
Silvetty Montilla: Ir para casa, bater seu bolinho e dormir.
DJ Rafael Barreto: Exatamente.
Silvetty Montilla: É complicado. Agora nós vamos ter um ping pong. Eu falo, você [responde]. É coisa direta. Música tema da sua atual fase.
DJ Rafael Barreto: Bom.
Silvetty Montilla: Você não tocaria?
DJ Rafael Barreto: Funk.
Silvetty Montilla: Instrumento favorito?
DJ Rafael Barreto: Piano.
Silvetty Montilla: Olha, piano de cauda. Inspiração?
DJ Rafael Barreto: Peter Rauhofer.
Silvetty Montilla: Hell ou Heaven?
DJ Rafael Barreto: Heaven.
Silvetty Montilla: Ah, então é isso, viu, gente? Eu queria muito agradecer sua presença. Muito obrigado pelo carinho de ter esse tempinho pra bater um papo com a gente. E queria que você deixasse suas redes sociais.
DJ Rafael Barreto: Obrigado você mais uma vez. Um prazer estar aqui. Espero todo mundo lá esse ano, vai ser incrível. Sou muito suspeito a falar, mas só indo para conferir, porque eu acho que esse ano o bicho vai pegar. Estou com as mãos coçando para chegar naquele palco, tocar e ser o melhor.
Silvetty Montilla: Do mundo. Suas redes sociais?
DJ Rafael Barreto: @djrafaelbarreto no Instagram, Rafael Barretto no Facebook, e @djrafaelbarreto no SoundCloud.
Silvetty Montilla: Eu também já vou aproveitando a deixa, pedir pra vocês me seguirem. Saindo daqui dessa gravação, vou pegar um ônibus até a República e vou para minha casa. Silvetty com dois “T” e “Y”, Montilla com dois “L” [@silvettymontilla]. Vou dar esse tempinho para vocês seguirem, tá bom? Eu e Rafael. Rafael, muito obrigado.
DJ Rafael Barreto: Obrigado, prazer.
Silvetty Montilla: Por estar aqui com a gente, tá bom, gente? Segue a gente. Toca o sininho, bate tambor, por favor. Tá aqui, ó, tudo direitinho, tá bom? Um beijo, um queijo. Tchau.
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