O picacismo, também conhecido como alotriofagia ou síndrome de pica, é um distúrbio alimentar em que indivíduos consomem itens sem valor nutricional, como papel, terra, gelo e até cinzas de cigarro. O comportamento é mais comum entre crianças de até seis anos, mas também pode ser observado em adultos cuja jornada envolve desafios emocionais e psicológicos.
Para ser caracterizado como picacismo, é avaliado se a ingestão desses itens ocorre de forma persistente, por um período de pelo menos um mês, conforme critérios diagnósticos descritos no DSM-5. A frequência do comportamento pode variar entre os indivíduos, mas o diagnóstico exige que ele seja recorrente e cause impacto significativo na saúde física ou psicológica do paciente.
Origem do termo
O termo “picacismo” e a expressão “síndrome de pica” derivam do latim pica, que significa “pega”, uma ave conhecida por sua curiosidade e pelo hábito de ingerir ou coletar objetos, muitos deles não comestíveis. Esse comportamento inspirou a nomenclatura da condição observada em humanos, caracterizada pela ingestão persistente de itens sem valor nutricional, como terra, papel e outros materiais. A escolha do nome reflete a associação com padrões naturais frequentemente utilizados para denominar condições clínicas.

Causas e desafios para o diagnóstico
O Dr. Rodrigo Lancelote Alberto, psiquiatra e diretor técnico do Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental (CAISM), explica que as substâncias consumidas variam amplamente, incluindo fósforos, pedras, argila, sabão, cabelo, giz, pasta de dente e notas de dinheiro. Embora as causas exatas não sejam completamente compreendidas, fatores como deficiências de ferro e zinco, além de questões emocionais, estão entre as possíveis explicações.
“O consumo frequente de itens não alimentares pode levar a complicações de saúde graves, como problemas dentários, gastrointestinais, infecções e intoxicações”, alerta o Dr. Rodrigo. Além disso, o diagnóstico pode ser dificultado pela recusa dos pacientes em discutir o problema, muitas vezes por vergonha ou medo de julgamento.
Tratamento multidisciplinar
O tratamento do picacismo requer uma abordagem abrangente que combine intervenções nutricionais, psicológicas, farmacológicas e comportamentais. A avaliação médica inicial busca identificar possíveis deficiências nutricionais, enquanto o suporte psicológico e psiquiátrico aborda fatores emocionais e sociais que contribuem para o comportamento.
Marlucy Lindsey Vieira, nutricionista na UBS Jardim Nakamura, destaca a importância de entender o paciente como um todo: “O tratamento procura não só prescrever uma dieta, mas entender as emoções, condições pré-existentes e o contexto sociocultural da pessoa.”
Com o suporte adequado, é possível minimizar ou até eliminar o comportamento, promovendo uma alimentação saudável e segura ao longo do tempo.
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