Reddy Allor fala sobre ser reconhecida no meio sertanejo sendo drag queen

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Ícone do queernejo, estilo musical que pega o sertanejo e dá uma roupagem de representatividade, a drag queen Reddy Allor já está em outra fase. Após dezenas de singles independentes, a artista repleta de estilo e cores agora se lança em uma nova fase: em junho, Reddy assinou um contrato com a Som Livre, em um momento repleto de expectativa.

Reddy Allor - Foto: @guilerbe
Reddy Allor – Foto: @guilerbe
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Reddy Allor – Foto: @guilerbe

Por enquanto, sem conseguir dar maiores detalhes, a drag natural de Olímpia (SP) divulga uma regravação de Cazuza e prepara novos lançamentos para os próximos dois meses. Ela deve perder um pouco de autonomia? Claro que não. É apenas a independência que limitava tanto.

“Eu sabia das limitações que eu tinha, de até onde meu trabalho podia chegar, principalmente pelo fato de eu ser uma drag queen cantando sertanejo”, explica Reddy Allor, em entrevista ao GAY BLOG. “Entrar em uma gravadora fazia parte das minhas metas. Tenho bastante expectativas porque a Som Livre trabalha com os maiores nomes do sertanejo, mas sei que vou ter que trabalhar muito para fazer esse corre acontecer.”

Reddy Allor - Foto: @guilerbe
Reddy Allor – Foto: @guilerbe

Nome artístico de Guilherme Bernardes Duarte, Reddy Allor espera seguir quebrando as barreiras do machismo e lutando por mais espaço no mercado musical. A seguir, veja um papo exclusivo do GAY BLOG com a drag:

– BKDR –

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Como vê o fato do sertanejo, como sua maioria ter músicas consideradas machistas e misóginas, e o queernejo entrar nesse cenário? Vem para quebrar isso? O sertanejo mesmo já começou a evoluir? 

O sertanejo toca nos quatro cantos do Brasil, então ele acaba representando muito a estrutura da sociedade em que a gente vive – principalmente por se tratar de um meio cis heteronormativo e branco. Mas a existência de artistas LGBTQIAP+ fazendo sertanejo não vem – necessariamente – para isso, a gente faz música porque a gente gosta, porque a raiz da melodia sertaneja bate lá no fundo. Agora, sermos esse ponto de choque com um cenário conservador, é consequência do nosso trabalho e da nossa vivência. Acho que só de estarmos fazendo sertanejo, já é um ato político. Mas ainda tem muita coisa para o sertanejo – e para sociedade num geral – melhorar. O ponto é a gente continuar debatendo, questionando e desconstruindo esse cenário. 

Nesses anos desde o surgimento do queernejo, sentiu alguma mudança no estilo? A ideia ainda é drags cantando sertanejo e com militância?

Acho que o queernejo vive em constante mudança, assim como qualquer outro subgênero da música. Hoje em dia os artistas trabalham com suas raízes, mas sempre acabam usando referências de outros gêneros e até mesmo de outras áreas da arte, com o queernejo é a mesma coisa. A ideia do nosso movimento é fazer sertanejo e poder falar sobre as nossas experiências – seja com ou sem militância. 

O que você espera da sua carreira ainda, sendo que já foi reconhecida por nomes como Marília Mendonça?

Sou uma combinação de otimista com realista (risos). Eu acredito muito na minha carreira, no meu potencial, na força da que minha equipe e eu temos, mas entendo que tem muito trabalho a ser feito, muita coisa para desconstruir – e construir de novo. Mas a gente que é LGBTQIAP+, a gente sabe, somos praticamente profissionais quando o assunto é não desistir. 

Reddy Allor - Foto: @guilerbe
Reddy Allor – Foto: @guilerbe

Quem te inspira artisticamente?

Hoje em dia, eu me inspiro com bastante coisa, mas na parte musical: sertanejo. Eu sempre tô escutando ‘modão’, as mulheres do sertanejo, as que tão fazendo sucesso. Gosto de ficar antenada com o que tá rolando. Agora também posso dizer que estou acompanhando o mundo pop, principalmente os artistas brasileiros que estão entregando muita qualidade musical e audiovisual. Mas vou falar quatro artistas que tô ouvindo muito ultimamente: Marília (óbvio), Gloria Groove, Maiara e Maraísa e Luiza Martins.

Como vê a militância no Brasil agora com essa mudança de governo? Estamos mais livres?

Mudou o presidente, mas ainda tem muita gente dentro da estrutura de governo do Brasil que vai contra a nossa existência. Eu acredito na mudança, acho que esse ano foi mega-importante para gente começar a mudar nosso futuro, nossas oportunidades. Mas foi o que eu citei em uma questão acima, o ponto é a gente continuar batendo na tecla, cobrar o nosso governo, que cuidem da gente, de quem precisa. 

Reddy Allor - Foto: @guilerbe
Reddy Allor – Foto: @guilerbe

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