O ator Laerte Késsimos comemora 20 anos de carreira com uma nova temporada de seu monólogo “Ser José Leonilson“, no Teatro Cacilda Becker, de 9 a 25 de agosto. A peça costura a trajetória do ator com a vida e obra do artista plástico cearense José Leonilson, que morreu em 1993, vítima da Aids. Simultaneamente, Késsimos apresenta sua primeira exposição individual, “Como Se Desenha Um Coração?“, com trabalhos criados entre 2017 e 2019.
A trama
“Ser José Leonilson“, dirigido por Aura Cunha, traz música original de Marcelo Pellegrini, cenário de Marisa Bentivegna e iluminação de Aline Santini. O espetáculo é baseado em depoimentos biográficos e registros sonoros feitos por Késsimos durante o processo de criação e pesquisa. A peça aborda temas como identidade, masculinidade e a desestigmatização das pessoas que vivem com HIV.
No palco, Késsimos une as inquietações dos dois artistas, tratando a criação artística como um autorretrato, “a casa de infância como um ambiente de domesticação, a sexualidade como campo de batalha, as pontes amorosas como uma travessia e a doença como uma reconciliação com a finitude“. A encenação mistura artes visuais, narração de histórias e elementos documentais.
O formato do espetáculo é organizado como um documentário poético, no qual se mistura monólogo, artes visuais e narração, explorando a vida e obra do artista Leonilson. Ele integra elementos de teatro, artes plásticas e vídeo, trazendo para o palco questionamentos sobre a relação entre arte pessoal e discussão pública.
Laerte utiliza gravações íntimas e performances ao vivo para discutir como a exposição da intimidade pode ser revolucionária em um contexto de falência social. As referências íntimas conectam com o público, explorando a interseção entre o pessoal e o político, realidade e ficção.
Confira a sinopse oficial
Idealizado e criado por Laerte Késsimos, o espetáculo teatral “Ser José Leonilson” é uma costura poética entre a vida e obra do artista plástico José Leonilson (1957-1993) morto pela pandemia de Aids, e a biografia do ator Laerte Késsimos. Um bordado ou um diário em que frente e verso são compartilhados publicamente – suas amarras, cortes, sobras de linha, correções, imperfeições, pontos e nós.
Exposição acontece simultaneamente
A exposição “Como Se Desenha Um Coração?” no foyer do teatro apresenta desenhos, pinturas, bordados e objetos criados por Késsimos, em uma relação direta com os trabalhos de Leonilson. Essas obras visuais são o alicerce temático do solo autoral inspirado na vida e obra do artista cearense.
Laerte Késsimos também trabalha na criação de filmes e projetos de vídeo mapping para diversos espetáculos. Em “Ser José Leonilson“, ele expõe sua biografia, quadros, bordados e criações audiovisuais, operando, narrando e expondo suas criações ao vivo.
A montagem não busca levantar um edifício ficcional, mas sim criar um ambiente poético que não abandona a narrativa e o contato direto com o público. A projeção de imagens e a composição de palavras em tecidos reúnem o humano na direção de um objeto estético, reconhecendo o coletivo.
Ficha técnica
Idealização e atuação: Laerte Késsimos
Direção: Aura Cunha
Dramaturgia e pesquisa: Leonardo Moreira
Cenografia: Marisa Bentivegna
Desenho de Luz: Aline Santini
Trilha Sonora Original: Marcelo Pellegrini
Pesquisa, figurino e direção audiovisual: Laerte Késsimos
Direção de Produção: Gustavo Sanna
Produção Executiva: Yumi Ogino
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Co-produção executiva: PrumoPro
Realização: Prêmio Zé Renato, PrumoPro e Secretaria Municipal de Cultura
“Este projeto foi contemplado pela 18ª Edição do Prêmio Zé Renato – Secretaria Municipal de Cultura”
Serviço
Peça: “Ser José Leonilson“, com Laerte Késsimos
Exposição: “Como Se Desenha Um Coração?” no foyer do Teatro
Classificação: 16 anos
Duração: 95 minutos
Local: Teatro Cacilda Becker, R. Tito, 295, Lapa
Datas: 9 a 25 de agosto de 2024
Horários: sexta e sábado, às 21h, e domingo, às 19h
*Sessões extras: 14, 15 e 22 de agosto, às 21h
Ingresso: Gratuito – Presencial
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