Marca de roupas íntimas Andrew Christian encerrará atividades após nova coleção

O estilista Andrew Christian anunciou que vai encerrar sua marca de roupas íntimas masculinas até o final de 2025. Conhecida por ser uma das preferidas do público LGBTQIA+, a grife terá sua última coleção, chamada “Bespoke”, lançada em outubro deste ano. A decisão foi comunicada por Christian em um texto publicado no site oficial da marca.

“Depois de mais de 25 anos, minhas mãos em breve pousarão na agulha que me guiou nesta vocação. Minhas últimas palavras como designer não serão ditas em voz alta, mas costuradas na ‘Bespoke — Outono/Inverno 2025 (outubro)’, minha coleção final. Logo depois, a empresa fechará”, começou o texto.

Bespoke entra em coleção final

Criada há mais de 25 anos, a empresa começou com peças esportivas e de moda praia. Em 2006, a linha de roupas íntimas foi lançada e marcou a virada de sucesso da marca. Andrew Christian passou a criar modelos com foco em conforto e apelo visual para o público gay, explorando uma estética provocativa e ousada.

A marca ficou conhecida por campanhas de marketing que usavam vídeos e ações com influenciadores da população LGBTQIA+. Modelos, drag queens e artistas adultos participaram das produções, que misturavam humor, sensualidade e cenários como festas na piscina e lavagens de carros. O estilista também teve destaque quando suas peças apareceram na 5ª temporada de “RuPaul’s Drag Race“, em um dos desafios do programa.

Além das roupas, a marca investiu em coleções com diferentes propostas. Entre elas, as linhas Big Fat D*ck e Trophy Boy, voltadas para homens com características físicas específicas, além de opções sustentáveis como a Eco Collective, feita com materiais reciclados.

Marca apoia causas sociais

Andrew Christian também usou sua visibilidade para apoiar causas sociais ligadas à população LGBTQIA+. A marca patrocinou eventos de orgulho LGBTQIA+ e iniciativas de arrecadação de fundos para organizações de direitos civis.

Na declaração de despedida, Christian explicou que a moda sempre foi uma forma de expressão pessoal e de sobrevivência durante sua juventude. “Comecei esta jornada com as feridas da minha infância ainda frescas — crescer gay em um conjunto habitacional da Seção 8 de Fresno significou aprender a suportar insultos raciais e anti-gays, como ‘beaner’ e ‘faggot’, antes mesmo de saber como enfiar uma agulha corretamente”, disse.

Segundo ele, cada peça criada representava uma etapa de sua vida e da construção de sua identidade. “Meu caderno de esboços era meu único companheiro, minha armadura contra a solidão. A moda não era apenas uma aspiração; era sobrevivência. Tornou-se meu santuário, minha declaração de existência gay. Cada ponto era uma batida do coração; cada peça de roupa, não apenas uma parte da minha história, mas da minha saída do armário”, escreveu na declaração.

Mesmo deixando a carreira de designer, Andrew Christian afirmou que pretende continuar envolvido em projetos criativos no futuro. Ele encerrou sua mensagem dizendo que encara essa decisão como uma transformação, e não como um fim definitivo. “Com alegria no coração e infinita gratidão, agradeço por me deixarem fazer parte de sua jornada rumo à autenticidade”.

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